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terça-feira, 14 de julho de 2009

COMPULSÃO X QUALIDADE DE VIDA

Compulsão é um transtorno de conduta que leva o indivíduo a repetir padrões de comportamento considerados exagerados, inadequados, deletérios ou que não sigam uma lógica compreensível. A compulsão é a “força motriz" que impele o indivíduo a praticar tais atos. Apesar do gatilho ter a mesma natureza, o objeto da compulsão, é muito variável, podendo ir desde o ato de comer desbragadamente, beber bebidas alcoólicas em exagero, prática promíscua de sexo, repetição frenética do ato de lavar as mãos, até verificar se fechou a porta de casa ou as saídas de gás várias vezes, ou mesmo exceder-se na prática de exercícios físicos. Já existem comprovações científicas de um padrão geneticamente herdado para a compulsão, podendo até variar o "objeto" da compulsão na mesma família.
De uma forma generalizada, perpetuar o ato compulsivo trás ao indivíduo um senso de satisfação por substituição. É como se a repetição deste padrão pudesse compensar alguma “falta”, da qual o próprio indivíduo sequer tem conhecimento.
Todos nós temos manias, ou pragmatismos que se repetem no cotidiano, e definem, de certa forma, nosso jeito de ser. Mas, para ser considerado como um ato compulsivo, este deve causar algum grau de mal estar , desconforto, agravos à saúde ou ainda algum transtorno para a rotina do indivíduo que o pratica ou daqueles que convivem com ele. O mais importante de tudo é o conhecimento de que compulsão é uma doença, e, como tal, precisa ser diagosticada e merece ser tratada, da melhor forma possível. Devemos evitar que aqueles que já tem motivos suficientes para sofrer causados pelo transtorno sejam rotulados como fracos ou incapazes. Também é preciso evitar a paternalização, retirando deles qualquer responsabilidade, e depositando toda a culpa na "doença". A cura se inicia no reconhecimento da condição, na aceitação da realidade, no desejo de mudar e na iniciativa de pedir ajuda, que é sinônimo de aceitar seus limites. Até aquí, todas as fases da cura dependem quase exclusivamente do indivíduo. Identificado o problema, a solução deverá ser buscada de forma multidisciplinar, envolvendo psicólogo, médico, psiquiatra, o indivíduo, e sua família, ou aqueles que convivem com o transtorno e suas conseqüências.

4 comentários:

  1. amiga querida,

    muito bom saber que nos ensina através desse blog.

    Beijo.

    Cris

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  2. Cláudia.

    Quando você se refere ao ato compulsivo diz que é "como se a repetição desse padrão pudesse compensar alguma 'falta', da qual o próprio indivíduo sequer tem conhecimento". Existe sempre esse não-conhecimento? Ou a pessoa pode fazer uma autoanálise e concluir que o ato compulsivo é uma compensação para alguma frustração? Por exemplo, se o indivíduo queria ter estudado filosofia, mas não estudou, e acabou trabalhando na burocracia. Ele compensa essa frustração com algum tipo de compulsão?

    Ou então a compulsão não é provocada por qualquer frustração e é algo inteiramente inexplicável, puramente existencial, inato? Como neste caso: "Bebemos para empatar com o mundo. O mundo está sempre a ganhar da gente, de um a zero, dois a zero, três a zero... Bebe-se na esperança de igualar o marcador" (Paulo Mendes Campos - Por que bebemos tanto assim).

    Se for assim, acho que é covardia da vida e não tem jeito.

    Minha dúvida sempre foi essa, se a compulsão já nasce conosco e faz parte da nossa natureza, ou é provocada pelas vicissitudes da vida.

    Um abraço,
    Rogerio.

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  3. Rogério,
    A análise é o caminho para a conscientização e, daí, com trabalho psicanalítico ou psiquiátrico, dependendo da natureza e da gravidade dos sintomas, para a cura. Tenha sido por fator herdado ou não, o deflagrador é sempre esse mecanismo compensatório, associado a outros tantos que interferem no nosso jeito particular de entender a vida. Então, suas duas afirmativas são corretas: A tendência à compulsão já nasce conosco, e é deflagrada pelas vicissitudes da vida! Mas não é "covardia"! Cada um de nós tem seus obstáculos pessoais a vencer, e é querer e agir por essa busca que nos faz crescer, para sermos a cada dia aqueles indivíduos que buscaram desenvolver seus potenciais inatos, em vez de , simplesmente, passear pela existência, levado pelos ventos das circunstâncias. A vida te dá um limão... você abre uma fábrica de sorvetes tropicais! Que tal? Não é fácil, dói, dá trabalho, mas... sem isso? por que lutar? ser levado, também não é confortável, dói e causa muitos estragos que, prá concertar... se tiver concerto! Isso dito, concluo que, se é prá lutar, vamos lutar em nosso favor, e nunca contra!

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  4. O exemplo do limão foi particularmente feliz. Vou guardá-lo comigo.

    Rogerio.

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