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sexta-feira, 3 de julho de 2009

Medicina Baseada em Evidências ou nos Indivíduos?

Os médicos, em geral, ao tomarem uma decisão diagnóstica ou terapêutica, baseiam-se em "jurisprudência", ou seja, em relatos ou vivências de episódios pregressos semelhantes, nos quais tais atitudes foram tomadas, com resultados satisfatórios. É verdade, que os profissionais mais experientes ou alguns mais "ousados", também usam um certo "feeling", na tomada de decisões, e sem dúvidas, bom senso sempre faz parte de todo esse processo.
Em cirurgia, por exemplo, existe a técnica cirúrgica (procedimento já estabelecido pelo uso como sendo apropriado aos fins esperados) e, quando algo sai da "rotina", existe a tática do cirurgião, que seriam seus recursos práticos para "driblar" a adversidade, sendo este um dos principais fatores que diferenciam qualitativamente os profissionais desta área. O fato inegável, que faz com que a tática cirúrgica, a experiência e o bom senso sejam tão necessários, é que nós, seres humanos, não somos cópias dos esquemas anatômicos descritos nos livros. Ser indivíduo, também significa ser anatomicamente diferente. Somos únicos, apesar de semelhantes em tantos aspectos. Essa individualidade se extende à resposta aos medicamentos, à incidência de efeitos colaterais, à intensidades de sintomas quando acometidos por uma mesma enfermidade, e a quase tudo que se refere a "ser" humano.
Com esse conceito em mente, atualmente as sociedades de especialidades médicas tem estimulado seus associados a praticarem a Medicina Baseada em Evidências. De forma simplificada, a escolha para a tomada de decisões médicas deve se basear em evidências bioestatísticas, levando em consideração estudos científicos conduzidos dentro de uma metodologia de pesquisa pré determinada, onde além de aspectos éticos e científicos, o tamanho da "amostra", ou seja, o número de indivíduos incluídos no estudo, é um fator fundamental, estando ligado em proporção direta à efetividade dos resultados, pois quanto maior a amostra, menor a interferência de casos de respostas atípicas no resultado final. Baseando-se em estudos assim, para cada procedimento, são listadas alternativas de ação em ordem de efetividade. Ou seja, para a doença X, os estudos mostram que, em ordem de eficácia, deve ser usado primeiramente o medicamento A, e em segundo lugar, se a primeira escolha não for possível ou se provou ineficaz, deve-se usar o medicamento B, e assim por diante.
O dilema, apesar da lógica apoiar o uso da estatística aplicada a seres humanos dentro de critérios adequados, é que, devido a tal individualidade, o que é a melhor saída para a maioria de nós, pode não ser a melhor opção para alguns de nós. Em outras palavras, pouco importa se a chance de um desfecho fatal durante uma angioplastia de artéria coronária seja de 1%, se o tal desfecho acontece com sua mãe ou seu marido. Nesse caso, a perda prá sua família é de 100 %.
Já que é assim que as coisas são, o que será mais importante: As evidências bioestatísticas, a experiência pessoal do profissional que orienta seu tratamento, ter um médico de família que o acompanha há anos e te"conhece", ou uma conjunção desses fatores?

Deixem suas opiniões! postem suas experiências!
Não desmereça suas dúvidas, pois muitos podem estar buscando as mesmas respostas!
Vamos tentar juntos achá-las (se é que elas existem...)

10 comentários:

  1. Cláudia, minha opinião é pela conjunção dos fatores. A estatística tem grande valor, apesar de ser problemática. Nossas experiências são pessoais e intransferíveis. É como queda de avião. Estatisticamente é muito difícil um avião cair. Mas ninguém vive de estatística. O problema é aquele avião àquela altitude àquela hora etc. Quando fui fazer o meu cateterismo - o que você mandou fazer - me disseram, na sala de espera, que o médico teria comentado que, pela minha idade, havia 80% de chance de não ser nada. Na hora (veja a relatividade das coisas) achei que os 20% restantes eram uma possibilidade altíssima. E foi o que você viu. Mas, ainda assim, acho irracional excluir a estatística.

    Quanto ao médico de confiança, para mim é indispensável. A confiança talvez seja um fator importante na cura. Não há nada pior do que sair por aí, um dia pegando um médico, outro outro etc. Como se fosse armazém de "secos e molhados". O psicológico funciona muito em mim, amiga, e quando é psicológico, não se tem como escapar. Embora você não seja psicóloga, acho importante conhecer a opinião de uma médica do corpo, não da mente. Tenho a sensação de que é uma visão complementar.

    Beijo, e também na Clarinha.

    Rogerio.

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  2. tem como saber se um homen tem prolactina alta e um prolapso na valva mitral por um exame de ecodoppler e volter 24 horas .. ?

    gostaria de saber!

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  3. Italo,
    A prolactina é um hormônio produzido pela glândula hipófise, e o diagnóstico de alterações dos níveis da prolactina é feito por dosagem em exame de sangue. A função da prolactina é estimular as glândulas mamárias, mas alterações na hipófise podem promover aumento da prolactina também em homens.
    A síndrome do prolapso da valva mitral é um conjunto de alterações diagnosticadas pela análise de um histórico de queixas bem específicas, alterações no exame físico, no eletrocardiograma, no holter (gravação do eletrocardiograma por um dia ou mais), e no ecocardiograma com Doppler (ecodoppler).
    Mas... me pareceu, de forma subliminar, que apesar de serem estas as respostas às suas perguntas, não era bem isso que vc queria saber. Pode ser só uma impressão minha,mas se restou alguma dúvida, fique a vontade para perguntar. OK?

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  4. Ola..tenho 46 anos e sou hipertenso, tomo atenolol 25mg todas as manhas...fui para natal e lá, minha pressao ficava sempre em 15/10, mesmo tomando 2 a 3 vezes por dia...no litoral a pressao arterial eleva?..banho de mar pode fazer subir a pressão?...voltei para bh e voltou para 11/8 com um comprimido ao dia.....obrigado

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  5. Adriano,
    o medicamento que vc usa como anti hipertensivo atua bloqueando a ação da adrenalina sobre o coração. o fato do controle da hipertensão ter sido prejudicado, pode ter vários fatores: ansiedades, maior consumo de sal nos alimentos (ou nas emboladas das ondas durante os banhos de mar...rs), excesso de bebidas alcoólicas, coisas de férias... tipo churrasco, cerveja e paquera...Rs brincadeirinha! De qq forma,a pressão atmosférica no litoral é mais baixa, mas esta pequena mudança geográfica (BH-Natal), não teria impacto algum sobre a sua pressão arterial. Espero que essa alteração temporária tenha sido por um desses motivos adoráveis, e ñ por preocupações ou intranquilidades de origem desagradável.
    Atenciosamente,

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  6. dra poderia me informar se quando toma anlodipino 10mg e atenelol 25mg ha algum risco em relação a anestesia na hora da cirurgia?

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  7. Taiana
    Os efeitos de alguns medicamentos de uso contínuo podem ser indesejáveis durante uma cirurgia, como acontece com o grupo dos beta bloqueadores (o atenolol é um exemplo deste grupo). Por isso, em caso de cirurgia sem caráter de urgência (eletiva), é preferível programar sua retirada para não correr riscos desnecessários. Quanto ao amlodipino, penso que seus efeitos, em geral, não atrapalham tanto na cirurgia. De qualquer modo, neste período de pré operatório, deve-se manter o controle da hipertensão, porque estar com a pressõ arterial alta durante a cirurgia pode "atrapalhar" muito mais!

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  8. Boa tarde. De há um ano a esta parte que ando a efectuar exames, sem sucesso, para descobrir a causa do excesso de cortisol plasmático. Antes de me enviar para um psiquiatra (pois desconfia que a causa seja stress prolongado) o meu médico mandou-me realizar mais uma série de análises sanguíneas - todas hormonais. O único valor anormal (para além do cortisol, claro), foi a Aldosterona, que apresenta um valor de 390.2 pg/ml para um valor de referência de 29.4-161.5 (Decúbito) e de 38.1-313.3 (Ortostatismo). Uma vez que ainda me falta algum tempo para a próxima consulta, devo preocupar-me? Este valor terá relação com o nível elevado de cortisol? Afinal, não será razão para ser enviada para o psiquiatra? Gostaria de ter uma opinião.Muito obrigada,Carla

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  9. Carla,
    Reví alguns conceitos e, com os dados que vc me enviou, faço a hipótese diagnóstica de hiperaldosteronismo. É uma disfunção da glândula supra renal, que pode acontecer por um problema próprio dessa glândula, ou como consequência de outras circunstâncias. Seu médico vai chegar a estas conclusões através de alguns exames complementares. Um dos fatores desencadeadores é o estresse... Então, tente manter-se o mais tranquila que for possível, diante desses tempos de novidade. A boa notícia é que o hiperaldosteronismo tem tratamento, e a sua hipertensão, que deve ser secundária (reativa) a essa condição, será controlada ou até mesmo curada com o tratamento da disfunção hormonal. Sinta-se à vontade para qq dúvida, tá? Converse bastante com seu médico... Ele poderá te tranquilizar mais conforme for alcançando um diagnóstico mais claro. Qualquer coisa, sinta-se à vontade para perguntar.

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  10. ola doutora. sou DANIEL E MINHA AVÓ TEM 72 ANOS, COLOCOU UM STENT, MAS TEM MUITA TOSSE E CATARRO NO PEITO, ISTO É GRAVE? GOSTARIA DE RESPOSTAS SUAS UM FORTE ABRAÇO DANIEL

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